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PORTELA

Desfila no sábado, 23/04, entre 22h30 e 22h40

Diz o samba que “se for falar da Portela, hoje eu não vou terminar”. A máxima se aplica desde a data de sua fundação. Pesquisadores sustentam que a Águia descende do Conjunto Oswaldo Cruz, fundado em 1923, no quintal da casa de Napoleão Nascimento, pai do legendário presidente Natal da Portela.

SAMBA-ENREDO

"Igi Osè – Baobá"

Autores: Wanderley Monteiro, Vinicius Ferreira, Rafael Gigante, Bira, Edmar Jr, Paulo Borges & André do Posto 7.
Intérprete: Gilsinho

Prepara o terreiro, separa a mucua
Apaoká baixou no xirê
Em nosso celeiro a gente cultua
Do mesmo preceito e saber
Raiz imponente da “primeira semente”
Nós temos muito em comum
O elo sagrado de Ayê e Orun
Casa pra se respeitar: meu Baobá!

Obatalá, Colofé
(Tem) batucada no Arê
Pra minha gente de fé, Ayeraye
Nessa mironga tem mão de Ofá
Põe aluá no coité e dandá

Saluba, mamãe! Fiz do meu samba curimba
Mata a minha sede de axé
Faz do meu Igi Osè moringa
Quem tenta acorrentar um sentimento
“Esquece” que ser livre é fundamento
Matiz suburbano, herança de preto
Coragem no medo!
Meu povo é resistência
Feito um “nó na madeira” do cajado de Oxalá
Força africana vem nos orgulhar

Azul e “banto”, Aguerê e Alujá
Pra poeira levantar, de crioula é meu tambor
Iluayê na ginga do meu lugar
Portela é Baobá no congá do meu amor

Copyright: Editora Musical Escola de Samba Ltda.

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ENREDO

"Igi Osè – Baobá”
Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage
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Pilar que une o céu e a terra!
Elo entre vivos e mortos.
Deus vivo e presente, és tu ó Baobá,
árvore sagrada testemunha do tempo.

O guerreiro de Oyó contempla Igi Osé.
Ele sente a energia. Evoca proteção com afeto e respeito.
O tronco é seu templo, e ali expressa sua religiosidade.​

Ele sente a energia. Evoca proteção com afeto e respeito.
O tronco é seu templo, e ali expressa sua religiosidade.


Saluba Nanã! Mãe de todos nós

Tuas águas abundantes repousam no tronco do Baobá, nutrindo a terra.

Por ti os galhos se vestem de ojás lilás.

Orixás e vegetal estão unidos na energia sagrada…
Salve o Rei Dono da Terra! Omulu, curai-nos de todos os males que assolam nosso Aiyê!


Árvore da vida, ó Baobá.
Tu emanas a energia primeva que no solo africano faz eclodir a natureza. É ela que sopra o vento da savana, e faz teus galhos balançarem.
A fauna passeia livremente ao seu redor, e tudo se doura sob a luz do Sol.
Teus frutos, folhas e sementes são alimentos e remédios para os seres vivos.
Tu és mãe que sacia nossa sede e fome.
Sob tua copa, oferece generosa e benfazeja sombra em meio à aridez das regiões onde impera.
Tuas raízes representam os ancestrais de nossas comunidades, aconselham-nos e ajudam-nos a seguir com coragem e decisão.

 

Em Ajudá, o Rei Guezo nos fez esquecer…

Voltas e voltas em torno de ti para apagar toda nossa devoção, nossas lembranças, torná-la “Árvore do Esquecimento”.

Portal do Não Retorno jamais conseguiu.

Fizemos de teu tronco, aparentemente tombado, a balsa que atravessou oceanos para nos levar rumo ao desconhecido.

E assim tuas raízes uniram dois mundos.

Tua força multiplicada ganhou novo significado em terras distantes.

Baobá, Árvore da Resistência!
Todos os solos pisados por pés africanos, sob a poeira da resiliência, fez com que a cultura negra semeasse pelas Américas, germinando um Novo Mundo e a representação de sua fé. E se algum desalento nos toca, ao olhar para teu esplendor, nos conectamos em seus firmes troncos com nossa herança, e nos revitalizamos com a energia de nossos antepassados.

Fincamos em tuas raízes profundas valores e crenças que nenhum preconceito é capaz de fazê-los tombar. E no solo rochoso da discriminação, elas encontraram fendas para ir mais além, penetrando mais profundamente no solo, até, finalmente, encontrar a esperança.

E assim o tempo passou. Ora calmo, ora agitado como o vento a balançar tuas folhas… E sob o Arco-íris de Oxumaré, tudo tornou-se menos sombrio.

Nos quilombos, favelas ou periferias, teus “rebentos” brotaram como galhos distintos que se estenderam por toda América, expressando a identidade preservada da terra de seus ancestrais, a África.
No Brasil, os frutos nasceram em forma de Maracatu, Maculelê, Tambor de Crioula, Caxambu, Jongo, Funk e tantas outras manifestações afro-brasileiras, assim como o Samba.

Nas franjas da Região Central do Rio de Janeiro, espraiando-se por áreas alagadiças, floresceu a Pequena África. Da Pedra do Sal à mítica Praça Onze, nos morro e subúrbios, os herdeiros do “Berço do Mundo” comungaram sentimentos, compartilharam seu passado comum e criaram as escolas de samba.

Nossos fundadores são nossos antepassados. Os velhas guardas, os guardiões de nossas memórias. As baianas, a herança das antigas festas, profanas e sagradas. Ao som do batuque da bateria, o suor dos passistas verte nossa ancestralidade. E até hoje, sempre que os sambistas se unem de mãos dadas, sentem reverberar em suas almas a energia primordial unindo a África e o Brasil, como bons filhos da diáspora que todos somos. O samba respira como um velho Baobá.


Ope

Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage

FICHA TÉCNICA

Fundação: 11/04/1923
Cores: Azul e Branco
Presidente de Honra (In Memoriam): Monarco

Presidente: Luis Carlos Magalhães

Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage

Mestre de Bateria: Nilo Sérgio

Rainha de Bateria: Bianca Monteiro

Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Marlon Lamar e Lucinha Nobre
Comissão de Frente: Manoel Francisco

Quadra: Rua Clara Nunes, 81 - Madureira - Rio de Janeiro - RJ CEP 21351-110
Barracão: Cidade do Samba (Barracão nº 06) - Rua Rivadávia Correa, nº 60 - Gamboa - CEP: 20.220-290

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